Representantes dos cinco sindicatos de todos os servidores públicos municipais de Ilhéus buscam uma nova negociação com o governo municipal na tentativa de conseguir as reposições das categorias, fechar os acordos das campanhas salariais e assim terminar a greve que continua por tempo indeterminado. Na manhã desta quarta-feira (31) os líderes sindicais se reuniram com os secretários municipais de Administração, Ricardo Machado, e Planejamento, Joaquim Bastos, para mais uma vez discutir os índices de reposição salarial e avançar na proposta de reposição salarial, mas o governo permanece com posição de não conceder qualquer reajuste para os servidores o que, de acordo com os trabalhadores, inviabiliza qualquer discussão ou acordo.
Segundo os sindicalistas, o governo municipal insiste em afirmar que os valores da folha de pagamento dos servidores estão acima do limite permitido pela Lei de Responsabilidade fiscal, números contestados pelos trabalhadores, sob a alegação de que os índices apresentados pelo prefeito Jabes Ribeiro não são reais. De acordo com os trabalhadores, para não conceder o reajuste dos servidores o governo municipal acabou inserindo na folha de pagamento itens que não são permitidos pela legislação, o que acabou aumentando os índices. Todos esses valores já foram contestados. Os lidere sindicais também alegam a falta de transparência, já que o governo insiste em não apresentar a folha de pagamento detalhada, onde poderá ser observado o verdadeiro quadro e como é gasto o dinheiro com pessoal.
Os trabalhadores também apresentaram uma série de medidas que devem ser adotadas para diminuir a folha de pagamento, como a redução dos salários dos cargos comissionados, que tiveram aumentos que chegam a mais de 300%, corte nas contratações com a utilização de servidores do próprio quadro e a fim dos contratos com empresas tercerizadas onde for possível utilizar maquinário e trabalhadores da Prefeitura. Além disso, os trabalhadores estão propondo ações para aumentar a arrecadação do município. O que os servidores não aceitam é a decisão do prefeito de não conceder o reajuste salarial, já que a própria Constituição Federal determina que se conceda as reposições anualmente.
Mas enquanto não se chega a um acordo a greve continua e os trabalhadores permanecerão concentrados na porta do Palácio Paranaguá. Nesta quinta-feira, às 8 horas da manhã, serão realizados novos movimentos dos trabalhadores. Uma nova reunião entre os sindicatos e os representantes do governo municipal está marcada para as 9h30min desta sexta-feira, no Salão Nobre do Palácio Paranaguá, quando os trabalhadores esperam que haja uma proposta de reposição salarial por parte do governo municipal.